quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sobre tudo aquilo que não é permanente

Quão volátil é o ser humano?
Quão disposta eu estive a mudar
E quanto mudei?
Por alguém, ou por mim?
Pra onde essas mudanças vão me levar?
Estou disposta a caminhar tanto?
Eu não gosto de previsões
Não e possível fazer previsões.
Então pra que tantos planos?
Se eu posso me perder dentro deles?
Se eles podem me enrolar
E tornar nebuloso o real.
De que valem as perguntas?

Àqueles que não gostam de ordens

O que por decisão se torna real
Por comoção vira o avesso.
Ainda que haja uma ideia concebida
Diria que há mais coisas por onde piso do que gostaria.
Mais do que o inesperado
O insano é o que mais apetece.
Mais do que o mal planejado
Talvez eu prefira o não planejado.
O que por convenção é o abuso
É de certo o que provoca os sentidos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010


Não havia mais nada lá
Além dos dois
E o céu
Que de tão escuro fazia dos olhos dela menos verdes.
Ninguem sabia mais de nada
Esqueceram o caminho, as chaves, o portão cor de mel, tudo
Só não esqueceram do abraço
Que encheu a rua vazia.

Eu sou tantas

E não concordo com nenhuma.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Abro a gaveta
Olho
Lembro
Choro
Não quero de volta
Tampouco quero esquecer

Fecho a gaveta.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sempre foi a típica mulher de botar flor no cabelo
De se beijar as mãos
De sofrer uma única vez
(preferia morrer de orgulho).

Vivendo do óbvio

Ninguém me olha como ele (é que ele não me olha)
Parece que tem uma menina perto dele (por que não eu?)
Ela podia não ser bonita, nem simpática (aí seria eu)
Enquanto escrevo ele vive alheio a mim (e eu o ajudando a ver o quanto sou desinteressante)

Ponteiro (por mim)

Preciso de um tempo pra mim.
Preciso de você comigo enquanto dou um tempo pra mim.
Preciso voar. Mas não me deixaram acreditar nessa besteira - e me fizeram acreditar em tantas outras...
Me fizeram acreditar que você era o motivo da minha felicidade
Quando na verdade você era um reflexo dela.
Sem você eu não vejo graça, é verdade
Mas a graça não é posta por você. Ela é evidenciada por você. Nunca deixou de estar aí.
Não sei se lhe devo desculpas ou um muito obrigada
Mas sinto que estamos nos perdendo e isso não me parece bom. (Pra você ter ideia, me perguntaram o que sou sua e eu tive que responder: sou dele)
Sinto que a cada dia cai um pedaço de nós pelas ruas.
E você nunca esteve ao meu lado para recolhê-los.
Eu não tenho forças pra continuar sozinha
A recolher cada parte que você não se esforçou em segurar.
Segurar na minha mão sempre lhe pareceu tão fácil
E agora parece que elas nunca estão quentes o suficiente.
Ou foi você que esfriou demais?
Querido, meus dias tem passado igualmente
Mas sempre falta algo que me faz lembrar do quanto eu era frágil e do quanto sou mais frágil ainda sob teus cuidados (que eu tanto dispensei)
Agora, meu bem, ao menos aceite a minha prece (que você sempre dispensou)
Sei que se trata de um momento
Que calmamente passará por nós
E deixará tudo que há de verdadeiro.
A mim, resta esperar
Inspirar
Aspirar
Dias mais úmidos - essa secura de suas frases ainda há de me matar de sede.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O dia em que essa música me conheceu foi o mesmo dia em que meu coração deixou de bater

Há pessoas que quando entram em nossas vidas não são mais pessoas
São alento, alívio, antídoto pro sufoco.
(...)
De certo esse deserto vai passar por mim
Como alguns já passaram.
Apesar do corte de canto a canto do meu corpo
Sei que costurada ando mais presa.
E é na fissura que vou achar o ouro mais puro.
(...)
Há quem diga que as pessoas são todas iguais
Eu estou certa de que nunca encontrei o seu sorriso por aí.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Eu gosto desses lugares onde se fala baixinho
Tipo a livraria ou o banco de trás do carro.
Tudo parece tão sagrado quando falado assim, quase calado.
Eu gosto tanto de diálogos baixos (eles são tão mais exclusivos).

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ela passa, alguns olhos se perdem. Se encontram mais que rapidamente. Ela sai pelas mesmas portas que entra, olha para os mesmos olhos, querendo aqueles mesmos de antes. Percorre o caminho de ontem, que será o de amanhã. Correndo (de si). Quer encontrar, andar só se for ao lado, ao lado direito, não do errado. Ela vai, volta, caminha e para. Anda e despenca, vive aos trancos e ao fundo ouve sempre a mesma voz dizer: "estamos indo sempre para casa".



Eu não falo de mim (é porque eu não falo por mim).

Réles Pública

É velha, usa bengalas, nega sua ancestralidade e ainda não aprendeu a viver.

sexta-feira, 30 de julho de 2010


Nem gato, cachorro.
Alguns filmes,
Pai, mãe, vó, irmão
Vô, eu sinto tanto.
Remédios
Músicas, versos
Fone de ouvido
Som alto pelo barulho alto dos carros passando na rua

Eu sou.
Porque eu sempre fico com o gosto de fim.

Fim.

Andar por essas ruas me soa atraso
É como se os olhos cansados
Vissem as mesmas coisas.
Da janela do meu carro é fácil deduzir o mundo
O difícil é pisar sobre o mesmo chão que o louco
Porque achá-lo louco é tornar-me sã
E qual a sanidade disso?
               

Mania de Azul


Menina, tira esse céu dos olhos e começa a agir!
Dispa-se do azul sutil e se vista de branco
Que o dia hoje é de pranto
E ninguém vai ter tempo pro seu sorrir.
Quem é que agüenta, menina?
Vinte quatro horas de sorriso,
Um absurdo de alegria
Seus poros transpiram carinho
Quem é que suporta tanto mel?
Ninguém ousou falar
Mas não há quem queira.
Não há quem queira não.
Não há...

Não vou me adaptar


O filme da TV me vê em preto e branco
A mercadoria é cara
E se eles me comprarem
Eu fico mesmo sem mim.
Não tem perdão.
Você vai aprender que nesse mundo
Ninguém te dá a mão.
Se não fizer o dever de casa
Eu não passo de um degenerado,
Um atraso
Passível de negação.

Adaptação?!

As pessoas fingem ser felizes.
Fingem ter dinheiro
Pra fingir que tem amigos
Pra fingir que são felizes

Eu finjo que tenho você
Você finge que tem dinheiro
Pra fingir que temos amigos
Pra fingirmos que somos felizes.

O mundo finge que é mundo
E ninguém reparou.

Eu vou anunciar
Eu vou anunciar o que eu vejo no espelho
Eu vou leiloar o profundo
Eu vou mostrar o lado
O meu lado
Nem pródigo, nem prodígio
Sem prestígio
Mas sem gosto de fel
Eu vou anunciar
Eu vou leiloar
E eu quero ver quem vai comprar

Quem vai comprar?

Vim

Eu não sei direito o que eu sou
Nem sei bem o que quero da vida.
Metade das minhas poucas certezas
Foram embora quando você chegou

Ainda bem que você também foi embora.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Mundo mudo


Quão lunático é o mundo de Eliete?
Quão luminosos são seus olhos que só esverdeiam à luz do sol?
Quão simples são suas mãos, desprovidas de tempo e de anéis?
Quão bravas são suas ondas quase tão navegáveis quanto passíveis de naufrágio?

Perde-se mais tempo esclarecendo esse mundo
ou se perdendo dentro dele?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Descoberta

Quantos verões serão necessários pra eu aprender que o sol só me beija se eu abrir a janela?
Quantos outonos passarão até que eu entenda que as folhas na calçada são um charme?
Eu não sei muito bem o que será da minha vida
Se eu passar por mais um inverno descoberta.

terça-feira, 22 de junho de 2010

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."

Grandiloquente Fernando Pessoa 

sábado, 5 de junho de 2010

Eu que me encontrava em brancas nuvens
Hoje tenho um par de sapatos brancos (amarelados).
Eu que queria o seu azul
Só posso pensar que tenho o mel.
Que seja doce então...
Anacoluto,

Faz tempo que te olho e apesar de aparentemente estranho, penso já ter te visto antes. Retorne meus olhares assim que possível.

Atenciosamente,

Assinado Eu.

como Zeca dizia

Eu não quero dinheiro
Eu quero poesia!
O que você chama de lucro
Pra mim é perfumaria.

Prevale(ce)ndo

A pena nem pensa em me deixar na mão e assim sem pensar  escreve tudo que comando. Comendo papel com a rapidez que a valha, veste como malha tudo que encabecei. Não enxerga o fim, e assim como em mim não sabe aonde vai chegar e se vai chegar. Desce contínua e a ambígua face da folha sente acabar. Despedaça-me em flores sem pétalas e diz-me com riso no fim: "Isso tem cheiro de página virada!"
I
Da vista, a admiração
Segunda vista, terceira, quarta
"Aperfeiçoando", afeiçoando...

II
Do escrito, o lido
Lindo
Fico encantada

III
Do visto, o bem visto
O quase amado, odiado
O prometido, afeto
Te sabia, desde antes

IV
A parte triste, ou apenas
"menos feliz"
Infeliz!
Por que me tirar assim?
Eu já tive eixo, um dia

V
Te deixo aí, eu fico aqui
Te apresento, e me declaro:
Livre.
De alegrias, livre
De amores, livre
De versos,
Livre de você.

domingo, 16 de maio de 2010

"o amor é algo que se aperta demais, escorre pelos dedos."

Meu Limoeiro

Foram duas as vezes hoje que eu liguei a TV e ouvi a mesma música. Achei graça de mim.
Achei errado parar de ouvir, assim. Mas como toda música é passageira, esse fim nunca deixou de ser certo. Nunca mais encosto naquele telefone.

Eu tava bem (bem mesmo) até o outono chegar.
Foi só botar os olhos na janela
E sentir aquele friozinho congelante
Que eu já quis pegar o telefone.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

ler ou não ser

Me dedicando à arte de ler
Tiro a poeira dos livros
E a minha, que talvez seja maior
Entre páginas e páginas toda pragmática se esvai
Dando lugar ao meu (bom) uso do sofá.
Já que isso não soa natural
O jeito é deixar a marca das páginas
Mais amareladas que eu.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ele disse assim

Pra que ir tão longe
Se os desenhos mais bonitos eu encontrei no céu?

Texto 3 para um dia chegando ao fim

Ou a noite vira minha amiga
Ou eu a boto pra dormir.
Ou o louco me abraça ou eu o chamo de...louco!

sábado, 13 de março de 2010

SAUDADE parte (em) 2

Do braço do abraço
Da mão do aperto
Dos olhos que falam
Do cheiro do cabelo
Da cor do dia.

SAUDADE parte 1

Abraço, aperto, carinho, sorriso.
Fazer e refazer o caminho até chegar, sem cansar de chegar.
Sem querer sair.
São os dias que me salvam a semana
São os mesmos olhares que me fazem voltar pra casa.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Até outra vez

Enquanto meu relógio não sabe a hora que marca
O vento arranca todas as folhas do calendário.

Nessa hora toda música fica triste
E toda alegria é passageira.

Ainda que um sorriso de longe seja sempre um sorriso,
O sabor que fica é de fel.

domingo, 7 de março de 2010

Mais do mesmo

Eu ando pedindo ajuda
Eu ando querendo aquele
Eu ando querendo sentar.

Eu vivo sempre comendo
Eu vivo morrendo de fome
Eu vivo morrendo.

Ele sabe mais do que eu
Eu espero mais do que nunca.

Aviso que saí

Eram poucas cores, poucas cores e muitos tons. Tantas casas - uma exatamente em cima da outra - tantas pessoas (meu Deus pra onde vai tanta gente?!). Tinham rodas, muitos tamanhos, a rua era cinza não fosse o passar das horas. O sinal fechava e abria sem ritmo algum. Eles corriam, se confundiam, se misturavam e encontravam caminho. Eu subia, morrendo de tudo. Me disseram oi e me deixaram entrar, eu passei por tudo e morrendo de saudade, vivi. Vivi dias e noites, algumas noites menos vivas. Uns dias vinham me acordar com um bom dia amigo, pouco familiar, mas amigo. Eu corria os olhos por tudo e todos, já que era a primeira vez, ainda. Corria o corpo por todas as sensações, e quando o sol me avisava das horas eu me recolhia, em mim.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Floresceu


Fazia tempo que não tinham flores no meu jardim (vovô plantara alguns anos atrás). Elas floresceram, mas eu só pude vê-las hoje. As suas cores me sorriram no nosso quintal, onde eu passara grande parte da minha doce infância. Vovô nunca gostou dos meus pés de feijão, mesmo arrancando eu tinha um amor enorme por aquele senhor. Eu nunca esqueço de quando o ajudava a apanhar as goiabas, ou ia correndo avisar que a chuva tinha parado, só pra gente secar o quintal. Faz um tempo que não o vejo, hoje eu quis chorar. Mas as suas flores me mandaram sorrir. Hoje mesmo eu estive olhando pro jardim, e achei uns frutos. Me falaram que é romã...a vovó sempre diz que dá sorte. Eu não sei medir o tamanho dessa saudade. A casa ficou deveras vazia. Eu não sei bem o que é isso, mas eu sei que queria me ver sorrindo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Um mósquito!


Um mósquito! Era o que ele dizia! Foi o que ele viu, na Bíblia, na página certa. O que de alguma forma a qual não sei dizer o encontrou. Ele podia jurar, se necessário fosse. Ele podia provar, se todos eles quisessem. Eu não vi o mósquito. Eu nunca vi nada nessa história de mósquito, eu só ria era do jeito errado de ele falar. Eu era mais seguidora da Santa Gramática. Ele tinha fé, e eu descobri. Eu não senti exatamente alguma coisa, eu só quis abrir o Livro e começar algo Novo. Eu só quis abrir o Livro. E escolhi a certa! Entre tantas certas, eu abri a certa, a mais certa! Ele dizia tudo. Ele não tinha defeitos, ele era pra mim e ao mesmo tempo universal, ao mesmo tempo já foi de tanta gente, como eu e diferente de mim. Eu não vi o mósquito, eu nunca vi o dono da história do mósquito, mas essa história ficou sentida e ganhou sentido essa noite. E ela é minha agora. A minha história.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O mesmo

Sem palavras que te façam ler o que sinto
O que quero que sintas
Nem o que senti todo esse tempo
Eu sei que tenho o mesmo sangue
As mesmas manias
O mesmo humor
E a mesma casa.
E esse submundo onde me encontro
é resultado de uma forte mania de solidão
e também de um exagero que insisto em me valer.
Eu sei que talvez não me entendas
mas a poesia da nossa vida toda
pode inundar esse momento.
E mesmo que não conheças (a minha) poesia
eu explicitaria minhas palavras,
A fim de trazer-te para o meu mundo, submundo
A fim de te ver  feliz.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

E agora, Drummond?

"Mundo mundo vasto mundo"
Como pode um coração ser mais vasto?
(De poeira em poeira cósmica eu me enxergo cada vez menos.)
E se meu mundo é tão grande quanto o do "Raimundo", eu lhe pergunto:

Orgulho burro

Eu,
Orgulhosamente me apresento:
Desprovida de inteligência afetiva,
Sem a menor chance de ser feliz,
Mas com uma certa dose de sorte.

Do Asteroide B612 para o mundo

O Pequeno sempre soube o que fazer.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Eu falo de você

Que seja todo tipo de ilusão, a mais castigada
Passando assim despercebida
Que seja a mais querida.
Sem ser insensato, insensato é dizer que não vale a pena
“Insensato é todo ato de ser feliz sozinho”, já dizia o poeta
Pra quem?
Que falem do universo
De positividade,
De paráfrase, derreter ou desmanchar,
De loucura ou sanidade
De senso comum e obviedade
De fazer e refazer o mesmo ato de matar a sede
Nem que seja velha a sede,
Que falem de tudo,
Eu falo de você.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Tatuagem

Pra quem não sabe e gosta de saber, Chico Buarque costumava escrever através de um eu-lírico feminino. Eu não sei bem o que leva um homem a fazer isso, mesmo que ele tente justificar, mas como bem disse Caetano Veloso (que cá pra nós está um gato neste vídeo), isso se torna genial, e eu diria corajoso.

Seja por fazer com genialidade ou por conseguir expressar sentimentos tão femininos com fidelidade, seja por se propor a ao menos tentar se aproximar desse ideal, seja por qualquer outra hipótese, o fato é que o Chico é de se admirar.

E pra não dizer que não falei em Caetano, cá pra nós mais uma vez, depois do Tropicalismo, Caetano não precisa fazer mais nada da vida artística.

Agora olha só isso:


E pra quem gostou do que viu, dá uma olhada nisso:


Enquanto tem muito homem e também muita mulher tentando entender a tal da alma, Chico seguia cantando, isso não é lindo?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ao desespero parte 1

Rindo. Todos estão rindo e olhando pra mim. Foi quase que como me sentir aliviada por conseguir respirar depois de uma longa apneia. Foi quase que como beber esse gole de café, que apesar de não me apetecer me liberta do velho nojo. Nojo. Era sobre isso que eu queria falar. Ela era tão grande e viscosa, quase tão maior do que o meu nojo. Ela era tão maior que a minha existência, que só lhe faltou voar. Mas me falta um travo de infelicidade para resolver. Falta a minha velha sensação de pertencimento (onde eu estava mesmo?). De amargo em amargo, não vejo mais meu reflexo na xícara. Essas ruas querem me dizer algo. É tão urgente que elas permanecem em silêncio (como aquele inquietante e significante e preciso e an-gus-ti-an-te silêncio).  Eu preciso explicar pra essa gente o significado disso tudo. E sem mais generalidades.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pra rimar

Eu abro a janela pra essa dor passar
De pronto encontro o céu à espera
Dos meus olhos de sempre,
Os mesmos cansados.
De repente um pé de vento
Trazendo o peso daquela tarde toda
Aquela que já perdeu a energia da manhã
E que ainda não tem a carga da noite
Que me fez fechar a janela,
Não aquela que eu olhei durante horas e dias.
À perder de vista,
Não a paisagem, mas
A poeira que o vento trouxe,
Nublando aquele amarelo pregado no azul,
Acinzentando toda a minha idéia de paraíso,
E tudo o que eu queria era o teu riso.

Ao homem sentado tocando pra me fazer ouvir

Seu sorriso doce
O violão na mão
A alegria de viver
Sempre alegria, sempre viver
Sua voz grave e terna
Eterna em meu coração
Eterna em sua duração
A fé comovente, contundente
Seu dom maior, o de me fazer sorrir,
E dolorosamente sorrir.
Me surpreendeu saber que o poeta
Era tão humano, e portanto um fraco.
(Mesmo sua fraqueza aniquilava qualquer esperança e me enchia de sua eternidade).

Eu vi

Essa noite eu me (pro)pus a escrever, porque era desperdício pensar tanto.Eu coloquei meu pensamento naquele gato que havia passado todo cheio de si e sabendo muito bem o quanto estava sozinho e desprotegido. Foi inevitável a comparação.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Longe de casa

Se essa estrada me levasse pra algum lugar, eu queria que fosse até você.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O (in)verso de tudo

Ah, se essa flor fosse minha,
Eu botava ela no teu cabelo!
Ela é da cor da tua alergia
Da forma da minha vontade
E do cheiro de menta
Que é tão verde como aquele pé de esperança.

Desatando

Aí o moço chegou e disse que eu era uma louca de pedra e eu não quis responder porque meus olhos eram mais poéticos e aquela noite era tão simples. Há nove horas estou buscando uma solução para a aridez do meu coração e o estado de sítio que decretei há bem menos que nove dias. Você invade mais um lugar e não hesita em me atrapalhar em tudo o que eu fazia de melhor. Eu creio que meu eu lírico te ama, mesmo que seja mais sensato eu repetir que te odeio.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010