segunda-feira, 2 de novembro de 2015

estar junto: esse desafio

não é fácil estar junto. tenho optado por me isolar em meu quarto, o qual apelido carinhosamente de caverninha. lembro de quando lidava com meus sentimentos by myself. não que tenha sido tranquilo, mas eles não estavam postos à prova a todo instante. conviver, pra mim, é esse desafio: colocar minhas convicções à prova. acho essencial, faz parte daquilo que acredito e de quem eu sou. mas dói, não posso negar. tem dias que me nego. reclamo, esperneio e me nego a sair de casa. tem dias que consigo ir longe. mas não consigo ir ao mercado comprar pão. as coisas, elas tem seus mistérios e lógicas internas. e eu gosto de respeitá-las, mesmo que eu tenha acabado de criar. porém, não gosto da inflexibilidade. gostaria de desfazer as regras com a mesma destreza que as criei. mas às vezes o caminho não é o de volta, é outro.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

é tão bonito ser árvore. é tão bonito ser cachorro. é tão bonito existir, e apenas existir. certas existências me fazem aprender muito. uma delas é a existência do meu cachorro, que hoje se despediu dessa vida e de nós. sempre me pego refletindo sobre o sentido das coisas, os porquês, os fins. sei que é uma busca inglória e a filosofia já me ensinou que nunca teremos resposta alguma. mas é essa busca que nos faz viver, eu penso. é o que nos faz escrever, desenhar, fazer cinema, teatro, literatura, ciência. confesso que lido muito mal com as mortes. ainda não atingi um entendimento de morte como parte da vida. pra mim sempre soa como um fenômeno à parte, indesejado. uma pena. um dia hei de entender. é tão bonito apenas viver. e apenas morrer.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

eis que eu me dou conta de que vai fazer seis anos que exprimo nesse endereço. com algumas pausas e hiatos e distanciamentos necessários, são seis anos. muita coisa aconteceu nesse tempo todo, afinal foram seis anos. meu deus, estou fixada nesse número. como pode, ter passado seis anos? socorro. eu fui muitas pessoas nesses seis anos, acabo de fazer uma mini-retrospectiva pelos meus posts mas não consigo ler muita coisa antiga pois sou tomada por um sentimento de vergonha, uma quase-resistência em acreditar que eu já fui aquilo. mas no fim das contas sinto bastante orgulho do meu limoeiro. acho que ele tomou forma e quase teve vida própria por um tempo. escrever era tão automático e a única saída possível, e ele foi ficando carregado de textos, poemas e versos, alguns lamentos, mas sempre plantei muita esperança por aqui. não sei o que quis dizer com essa última frase. mas assim como a decisão de não apagar nenhum post antigo não vou me ater a apagar frases sem sentido que por ventura apareçam nesse post. esse post é uma homenagem a tudo o que fiz crescer com esse blog. minha confiança, minha sensibilidade, minha percepção. tudo isso é reflexo do que eu fui e do que eu sou, e acho que isso ultrapassa qualquer sentimento de vergonha. pelo menos deveria. fico pensando na pessoa que eu me tornei e tenho certeza de que o limoeiro esteve em todas as fases ultra importantes da minha vida. antes eram os diários, mas já faz seis anos que tudo migrou pra cá. na verdade tenho vários rascunhos salvos e nunca publicados na minha conta. e alguns rascunhos no bloco de notas do celular e mais alguns textos salvos no computador. mas boa parte veio pra cá. alguma parte veio. e acho que isso conta pra alguma coisa. hoje é o útimo dia do ano então tudo conta pra alguma coisa. risos. mas o sentimento é de fechar portas e abrir outras. esse sentimento toma conta de mim em todo fim de ano. sentimento de enterrar meus mortos e viver meus lutos. depois, a renovação. começo de ano é janeiro, verão, mergulho no mar e me sinto renovada. não sei porque. talvez sejam os astros, o universo, meus orixás. um dia descobrirei. ou não. sigo tentando. tentando viver e experimentar tudo o que houver. não quero me preocupar com as origens e os fins. abandono a metafísica. ou ao menos, tento. 

esse ano quero ser árvore. pelo menos, já sou limoeiro.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

sempre fui brega. breguíssima. das muitas formas de se expressar escolhi escrever, aos 16, sobre meus sentimentalismos. escrever. essa coisa brega e antiga. adoro.
limoeiro, eu sei que te abandonei e ainda invento teorias procurando por um motivo. talvez eu tenha me perdido de mim mesma. essa mesma criatura - brega - que gosta de escrever. talvez eu tenha me encontrado. fato é que estou aqui, amanhã posso não estar. posso até mudar de endereço mas não me despeço de mim mesma por ingenuidade. não mais.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

eu não queria fazer tantos planos
não nasci pra isso
tampouco nasci pra lidar com o acaso
por isso sofro,


veizinquando.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

partidas & chegadas

quanta gente nesse mundo.
gente pra se apegar. gente pra odiar. gente pra olhar e nao achar nada. gente pra se apaixonar toda hora.
o mundo tá cheio de gente pra se apaixonar, ele disse.
ele tem razão. o mundo tá cheio de gente pra se apaixonar, odiar, cruzar numa esquina, na luz vermelha do semáforo. na única luz acesa do prédio em frente. no corredor silencioso da biblioteca.
e seguir a vida. seguir seguir seguir

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

escrito sábado

os sonhos que depositei nos próximos quilometros de rodovia parada. apertiño no coração. luzes de natal. cheiros. é incrivel como eu só sinto cheiro quando to nessas de andar a pé, onibus, sentir as pessoas - de carro a gente só vê cabeças -  tenho tara de cheiro assim como tenho tara de mar. só de pensar eu choro. eu sempre sonhei bastante. acordo cansada (teoria minha). lembro muito, relembro, retoco o que ja quase esquecia. dou uma choradiña e depois passa. por hoje só saudade...to ouvindo esses sambiñas de verão, que eu acho que tem a cara de janeiro, fevereiro e comecinho de marzo...e claro, marina lima. hoje eu decidi, meu tempo é outro. perturbados futebol clube. eu nao me encaixo, mas nao dessas de reclamar e bater panela (admiro) mas sou sensível, por vezes (sempre) achei que era defeito, mas agora hoje, dois minutos atras, decidi: vou ser poética. só consigo fazer poesia, dá um briliño no  meu coração sensivel & molinho. de espuma. nao sou inocente e nem me resignei. mas vamos rir de tudo isso por favor. podem me julgar podem me julgar acho que não ligo mais.