segunda-feira, 2 de novembro de 2015

estar junto: esse desafio

não é fácil estar junto. tenho optado por me isolar em meu quarto, o qual apelido carinhosamente de caverninha. lembro de quando lidava com meus sentimentos by myself. não que tenha sido tranquilo, mas eles não estavam postos à prova a todo instante. conviver, pra mim, é esse desafio: colocar minhas convicções à prova. acho essencial, faz parte daquilo que acredito e de quem eu sou. mas dói, não posso negar. tem dias que me nego. reclamo, esperneio e me nego a sair de casa. tem dias que consigo ir longe. mas não consigo ir ao mercado comprar pão. as coisas, elas tem seus mistérios e lógicas internas. e eu gosto de respeitá-las, mesmo que eu tenha acabado de criar. porém, não gosto da inflexibilidade. gostaria de desfazer as regras com a mesma destreza que as criei. mas às vezes o caminho não é o de volta, é outro.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

é tão bonito ser árvore. é tão bonito ser cachorro. é tão bonito existir, e apenas existir. certas existências me fazem aprender muito. uma delas é a existência do meu cachorro, que hoje se despediu dessa vida e de nós. sempre me pego refletindo sobre o sentido das coisas, os porquês, os fins. sei que é uma busca inglória e a filosofia já me ensinou que nunca teremos resposta alguma. mas é essa busca que nos faz viver, eu penso. é o que nos faz escrever, desenhar, fazer cinema, teatro, literatura, ciência. confesso que lido muito mal com as mortes. ainda não atingi um entendimento de morte como parte da vida. pra mim sempre soa como um fenômeno à parte, indesejado. uma pena. um dia hei de entender. é tão bonito apenas viver. e apenas morrer.