sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Escola

Eu queria dizer ao meu professor da terceira série que ele fracassou ao tentar me fazer odiar Carlos Drummond de Andrade. Queria pedir pra ele nunca mais passar um poema de Drummond na lousa (alguém avisa que existe literatura infantil para crianças?). Eu queria dizer também que os vídeos sobre caatinga só me fizeram aprender merda nenhuma nada e me fizeram perder preciosas horas dentro da biblioteca da escola. É, eu sempre gostei de biblioteca de escola (só de escola mesmo) desde a primeira série. Eu lembro que tinha um dia que era o da leitura, mesmo sabendo que iríamos fazer as mesmas coisas da semana passada e da outra e da outra (ler o livro, fazer uma ficha com os dados e um desenho que eu AMAVA copiar da capa), eu amava quando esse dia chegava. Eu lembro que eu gostava também das aulas de educação física (??) porque a gente dançava (???) e sim, eu me divertia muito.
Eu também dançava nas festas juninas, e eu gostava de matemática.

É, AS COISAS MUDAM.

Aproveitando essa deixa, eu fazia belas cópias de Portinari na 2ª série, e uma vez a professora quis mostrar pra outra professora a minha bela obra. Isso nunca mais voltou a acontecer.
Apesar de a minha escola não ser lá aquelas coisas e eu ter que assumir que não foram os melhores anos da minha vida, de tudo eu carrego boas lembranças, e de lá não foi diferente.

Pensando bem, os anos mais divertidos mesmo foram os da pré-escola, por motivos óbvios (mochila = canequinha, toalhinha de rosto e alguns lápis de cor, o resto ficava numa pastinha fofa dentro do armário da escola) , fora os dias da areia, os intervalos brincando na balança e a escovação dos dentes coletiva. É, tudo era imensamente divertido. Talvez por eu ser criança.

Eu não sei em qual ponto da minha vida a coisa se perdeu e ir pra escola virou um pesadelo, mas eu sei que minhas horas mais divertidas do dia definitivamente não eram dentro da escola (apesar de tuudo, até da biblioteca).

Eu acho que enjoa mesmo, e o mais legal de tudo é que não acaba aqui.
Talvez seja otimismo demais pensar que ano que vem eu vou estudar o que eu escolhi estudar (e eu nem mandei enfiar finanças em jornalismo).

E de tudo isso, eu ainda acho que é decepcionante quando a gente descobre que os professores não sabem tudo, e mais decepcionante ainda descobrir que a gente sabe menos ainda.

Mesmo assim, eu não vou mentir que tive bons momentos na escola, eu acho que consigo me lembrar do fundamental ter sido gostoso a ponto de eu querer ir pra escola logo, quando chegava o sábado.

Seja como for, a escola não acaba aqui, nem vai ser a última vez que eu vou fazer uma grande escolha pra minha vida.


E credo, isso me lembrou filosofia-de-banco-de-busão, melhor parar por aqui.

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