domingo, 27 de setembro de 2009

Acabei de acabar O auto da Compadecida. Fiquei besta.
Aí me fez pensar numa coisa. Falta saber se eu só consigo comprar livros de cordel em Recife. Não seja por isso, um dia eu vou pra lá, mas eu queria agora, como faço?
Amei o clima do livro, lembrei do filme e gostei, lembrei de tudo que eu morro de vontade de fazer. Dei risada, e me posicionei cada vez mais favorável ao tipo de cultura tão legítimo quanto o tradicional, o popular.
Eu confundi o pai do Suassuna com o carinha cuja morte foi o estopim da Revolução de 30, o João Pessoa. Coincidentemente, o pai do Suassuna também se chamava João e tinha um sobrenome "Pessoa" no meio. Foi governador da Paraíba, e morreu nas movimentações da revolução. Mas foi no Rio de Janeiro, e na prisão, depois de não ter mais o cargo. O João Pessoa que eu falava no começo morreu numa confeitaria em Recife, e dele se originou o nome da capital da Paraíba. Quanta coincidência, e eu me achando espertona.

Falando em popular e coisital, eu errei uma questão do simulado que falava do Patativa do Assaré. Quase chorei. É que a questão não levou em conta minha opinião pessoal. Achei errado. Tinha alguma coisa a ver com : os autores populares não gozam de prestígio social. Como, pra mim, eles sempre tiveram prestígio, apareceram nos livros didáticos e considera-se que toda forma de linguagem é legítima, eu achava que era verdadeiro. Mas era falso porque eles não tem prestígio social, exatamente por isso os livros trazem suas obras e passam a legitimar suas escritas. Maldito senso comum. :(

Não sei como terminar isso, aí lembrei de uns versos do Drummond, olha só:

Poesia

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.



Boa noite.

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