quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

eis que eu me dou conta de que vai fazer seis anos que exprimo nesse endereço. com algumas pausas e hiatos e distanciamentos necessários, são seis anos. muita coisa aconteceu nesse tempo todo, afinal foram seis anos. meu deus, estou fixada nesse número. como pode, ter passado seis anos? socorro. eu fui muitas pessoas nesses seis anos, acabo de fazer uma mini-retrospectiva pelos meus posts mas não consigo ler muita coisa antiga pois sou tomada por um sentimento de vergonha, uma quase-resistência em acreditar que eu já fui aquilo. mas no fim das contas sinto bastante orgulho do meu limoeiro. acho que ele tomou forma e quase teve vida própria por um tempo. escrever era tão automático e a única saída possível, e ele foi ficando carregado de textos, poemas e versos, alguns lamentos, mas sempre plantei muita esperança por aqui. não sei o que quis dizer com essa última frase. mas assim como a decisão de não apagar nenhum post antigo não vou me ater a apagar frases sem sentido que por ventura apareçam nesse post. esse post é uma homenagem a tudo o que fiz crescer com esse blog. minha confiança, minha sensibilidade, minha percepção. tudo isso é reflexo do que eu fui e do que eu sou, e acho que isso ultrapassa qualquer sentimento de vergonha. pelo menos deveria. fico pensando na pessoa que eu me tornei e tenho certeza de que o limoeiro esteve em todas as fases ultra importantes da minha vida. antes eram os diários, mas já faz seis anos que tudo migrou pra cá. na verdade tenho vários rascunhos salvos e nunca publicados na minha conta. e alguns rascunhos no bloco de notas do celular e mais alguns textos salvos no computador. mas boa parte veio pra cá. alguma parte veio. e acho que isso conta pra alguma coisa. hoje é o útimo dia do ano então tudo conta pra alguma coisa. risos. mas o sentimento é de fechar portas e abrir outras. esse sentimento toma conta de mim em todo fim de ano. sentimento de enterrar meus mortos e viver meus lutos. depois, a renovação. começo de ano é janeiro, verão, mergulho no mar e me sinto renovada. não sei porque. talvez sejam os astros, o universo, meus orixás. um dia descobrirei. ou não. sigo tentando. tentando viver e experimentar tudo o que houver. não quero me preocupar com as origens e os fins. abandono a metafísica. ou ao menos, tento. 

esse ano quero ser árvore. pelo menos, já sou limoeiro.